quinta-feira, 7 de julho de 2011

É comum que as pessoas, quando seriamente doentes, olhem para seu passado arrependidas por tantos equívocos, por tantas oportunidades desperdiçadas.
Quase sempre admitem que gostariam que suas prioridades tivessem sido diferentes.
Elas sentem que poderiam ter utilizado mais tempo com as pessoas e com as atividades que realmente amavam, e menos tempo se preocupando com aspectos da vida que, se examinados mais profundamente, não têm real importância.
Outras, ainda, percebem que se afastaram de seus amores e de seus ideais de forma lenta, porém, quase irremediável.
Mas será necessário esperar uma situação extrema para analisar a postura diante da vida e da utilização do tempo?
Embora saibamos que a morte é uma transformação e que continuaremos a viver mesmo depois da falência de nosso corpo físico, vale a pena fazer a experiência sugerida por Richard Carlson, autor do livro "Não faça tempestade em copo d’água".
Ele sugere: imaginemo-nos em nosso próprio funeral.
Isso, segundo o autor, permitirá que consigamos olhar em retrospectiva a vida, enquanto temos oportunidades de fazer mudanças expressivas.
Além disso, tal exercício seria capaz de conceder-nos a chance de lembrar que tipo de pessoa gostaríamos de ser e quais as prioridades que realmente contam.
A respeito desse tema vale a pena lembrar a postura de Francisco de Assis.
Pouco tempo antes de sua desencarnação, Francisco, já muito doente e enfraquecido, trabalhava tranquilamente em seu jardim, quando foi interrompido por Frei Leão, um dos seus seguidores.
Frei Leão, embevecido com a figura serena do pequeno Francisco, perguntou-lhe: Paizinho - como costumeiramente o chamava - se você soubesse que iria morrer amanhã, o que você faria?
Francisco sorriu docemente e respondeu sem alterar-se: Eu continuaria a trabalhar no meu jardim.
Quantos de nós teríamos a mesma tranquilidade perante tal indagação?
Quantos teríamos, diante da certeza da morte próxima, a confiança de que estamos realmente fazendo aquilo que nos compete fazer e que nada foi relegado, abandonado, esquecido?
Francisco sabia que sua conduta não merecia reparos e que não havia nada mais, além do que ele já estava fazendo, que devesse ser realizado.
Ele demonstrou estar pleno da paz que invade apenas aqueles que têm a consciência tranquila pelo dever cumprido.
Essa análise, porém, só pode ser feita por cada um de nós, a quem compete, individualmente, saber a que viemos e se estamos atendendo e cumprindo as metas que norteiam a nossa atual existência.
Ninguém pode nos dizer o que fazer ou deixar de fazer, como, quando, e de que forma.
Trata-se de escolhas individuais cuja responsabilidade cabe a cada um de nós de maneira direta e intransferível.
Deixar para fazer esse balanço apenas quando a desencarnação se mostra próxima e inevitável, é desperdiçar as oportunidades de renovação que Deus nos oferece a cada minuto.
Além disso, independentemente da nossa atual situação, não nos é dado saber se ao amanhecer do próximo dia ainda estaremos no corpo físico.
Deus jamais desistirá de nós, mas isso não é justificativa para que protelemos por milênios a felicidade que nos é destinada desde sempre.
Pense nisso, mas pense agora.

(Viajante do mundo)

sábado, 2 de julho de 2011

Sobre perdão

Você nunca estará livre da amargura enquanto continuar a ter pensamentos de rancor. Como poderá ser feliz se continuar a escolher guardar raiva e ressentimento? Pensamentos amargos não criam alegria. Não importa o quanto você possa achar que tem razões para a mágoa, não importa o dano que os outros lhe causaram. Se Você insistir em ficar preso ao passado, nunca será livre. Perdoar a si mesmo e aos outros libertará Você da prisão do passado. Se Você se sente preso a uma determinada situação, ou se suas afirmações não estão funcionando, geralmente isso significa que ainda há trabalho a ser feito em relação ao perdão. Quando Você não flui de modo livre com a vida, normalmente é porque está aprisionado a um acontecimento passado. Pode ser arrependimento, tristeza, mágoa, medo, culpa, acusação, raiva, ressentimento, ou às vezes até desejo de vingança. Cada um desses estados de espírito resulta da ausência de perdão, da recusa em desapegar-se do que passou e viver plenamente o momento presente. Desta forma, Você compromete seu futuro, pois ele só pode ser criado no agora.

Se Você permanece ligado ao passado, não consegue usufruir o presente. É somente nele que os pensamentos e palavras têm poder. Se o presente está contaminado pelas mágoas antigas, você estará criando seu futuro a partir do lixo do passado.

Quando você acusa outra pessoa, abre mão do seu próprio poder, pois está deslocando a responsabilidade para o outro.

As pessoas que fazem parte da sua vida podem se comportar de maneira que provoquem reações incômodas em você. No entanto, se elas passam a ocupar sua mente, é você quem as deixa permanecer lá, produzindo sofrimento e drenando sua energia. Assumir a responsabilidade pelos próprios sentimentos e reações equivale a assumir as rédeas da sua vida. Esta é uma escolha que você faz a cada momento: dominar o processo e dar à sua vida a direção que você deseja ou simplesmente reagir aos acontecimentos externos.

A maioria das pessoas não entende direito o que é o perdão nem sabe que existe diferença entre perdão e aceitação.

Perdoar alguém não significa justificar o seu comportamento! O ato de perdoar se dá na sua mente. Não tem absolutamente nada a ver com a outra pessoa. O verdadeiro perdão consiste em se libertar da dor. É apenas um ato de libertação da energia negativa à qual você escolheu ficar ligado.

E também o perdão não significa permitir que comportamentos e ações dos outros que causam sofrimento continuem a ocorrer. Às vezes o perdão significa desapegar-se, você perdoa a pessoa e a libera. Assumir uma posição de recusa à agressão alheia e estabelecer limites saudáveis é geralmente a atitude mais amorosa que você pode ter, não apenas em relação a si mesmo como também ao outro.

Sejam quais forem suas razões para ter sentimentos de amargura e rancor, você pode superá-los. Você tem essa escolha. Pode escolher permanecer prisioneiro e ressentido, ou pode fazer um favor a si mesmo perdoando o que aconteceu no passado, desapegando-se, e passando a criar uma vida de alegria e realizações. Você tem a liberdade de fazer da sua vida o que quiser, porque tem a liberdade de escolha.

Louise Hay

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Crimes morais!

Alguém entra na sua casa, rouba suas coisas, agride você. Essa pessoa cometeu, ao mesmo tempo, diversos crimes previstos na constituição. Alguém entra na sua vida, rouba seu tempo, agride sua auto-estima, destrói suas esperanças, estilhaça a confiança que você tinha no amor. E saí ileso. Esse não seria o pior crime que alguém poderia cometer contra outra pessoa?? Agressão só é penalizada quando alguém encosta a mão em alguém?? Como se pune quem causa uma ferida que não está exposta???

Acredito que ser atropelada deve doer menos que ser enganada por alguém em quem a gente depositou nossa confiança e a quem a gente dedicou o nosso amor. A dor física passa em alguns dias, e em casos mais graves, em algumas semanas. Pra dor física existe remédios, anestésicos, curativos. Mas quem cura a dor de um coração destruído?? Como se cura a dor da confiança perdida?? O que fazer das feridas cravadas na alma de alguém que saí a rua descrente do mundo?? Como penalizar o agressor que sem usar as mãos, armas ou objetos cortantes, causou ferimentos gravíssimos em alguém?? Por que diabos ninguém previu isso na lei???

As pessoas lotam os consultórios psiquiátricos, se entorpecem de remédios pra ansiedade, depressão, remédios pra dormir, pra acordar, remédios pra fazer viver quem quer morrer. Remédio pro irremediável, pra dor que não passa, pro vazio que vem de dentro, bem do fundo. Tão fundo que nenhuma substância tóxica é capaz de alcançar.

Entendo perfeitamente quando uma amiga diz que não pode enxergar o ex-namorado que sente vontade de bater nele. Entendo um amigo que diz que preferia que a ex-namorada tivesse morrido, que traído ele como fez. Sinceramente, entendo. Sei exatamente o que amar uma pessoa em um dia e no dia seguinte não conseguir olhar pra cara dela. Quando alguém te machuca muito, te magoa, te decepciona, a primeira reação é a vontade de ferir a pessoa de volta. Você se sente fraco, impotente. Dá vontade de matar, dá vontade de morrer. De sumir. De pedir férias e ir morar na lua. Você sente que perdeu seu tempo, suas forças, sua auto-estima. E qual a pena pro agressor nesse caso?? Qual a pena pra alguém que entrou em sua vida e destruiu tudo como se tivesse esse direito???

O que sempre falo pros meus amigos(como se conselho valesse de alguma coisa), é que vingança não é a melhor solução. Fazer justiça com as próprias mãos, então, nem se fala...nada de furar os pneus do carro, fazer ameaças anônimas, difamar a criatura por aí... Acredito que o tempo se encarrega disso. Acredito que as pessoas que abusam da confiança e da boa vontade alheia nunca vão se dar bem na vida, ou nunca vão ser felizes de verdade, ou que a gente deveria dar graças a Deus por se livrar de gente assim. Não sei, na verdade, nunca fui uma boa conselheira. Não se preocupe, entregue nas mãos de Deus, o tempo vai se encarregar de mostrar se essa pessoa é tão forte quanto você.